Compartilho com vocês minha experiência real de vida e da minha consulta ao Psiquiatra.
Espero que possa contribuir para o bem de vocês, meu queridos leitores e leitoras!
Espero que possa contribuir para o bem de vocês, meu queridos leitores e leitoras!
https://youtu.be/4WXX5w0W1Ss Primeira ida ao Psiquiatra
É chocante quando nos colocamos na posição de um paciente indo ao
Psiquiatra. Ir a Psicóloga já era uma ideia muito mais aceita na minha
realidade e na minha mente, mas supor ir ao Psiquiatra era uma ideia que não
muito confortável, mesmo sem saber a verdadeira razão de não querer consultar
este profissional.
Bom, minha ansiedade chegou a tal ponto de eu ficar irritada por coisas
que seriam, digamos, "contornáveis", não conseguia nem mesmo sentar
no sofá para assistir televisão. Comecei a perceber meu comportamento
"hiperativo" dentro de casa, não conseguindo nem me concentrar para
estudar.
Fui a sala do Doutor e comecei a falar quando uma instantânea tremedeira
tomou conta de mim, foi quando comecei a perceber que estava pior do que eu
pensava. Fiquei feliz quando ele me sugeriu um tratamento medicamentoso. Ao
sair da sala com a receita e os remédios na mão, feliz que a vida iria melhor,
senti o preconceito no olhar de uma moça na sala de espera, como se dissesse
"coitada, precisa tomar remédio". Ao chegar em casa percebi que a
questão ía além. Tomar medicação pode ser uma forma de dizer "estou
doente" (de verdade) pode trazer o pensamento de "estou incapaz"
e pior, os outros pensarem que você não pode mais fazer suas tarefas ou atividades
do dia a dia. Mas meu pensamento era contrário. Eu pensava "ainda bem,
agora vou conseguir fazer o que preciso, agora estou mais capacitada".
Depois que comecei a tomar a medicação, comecei a perceber que a
ansiedade estava me roubando o que antes me fazia feliz - passar tempo de
qualidade com os amigos conversando, sem ter pressa de ir para casa. Relembrei
momentos em que eu nem conseguia sair de casa por causa da antecipação dos
acontecimentos, o que me deixava com o pensamento acelerado e totalmente
esgotada, ao ponto de eu ter de me deitar e ficar no escuro sem conseguir ir
para a faculdade. Pergunto-me como não percebi isso antes e porquê minha
psicóloga achava isso normal, como minha família não percebeu?
O problema se tornou ainda maior, porque junto com a ansiedade associada
a minha personalidade, comecei a me isolar do que eu mais gostava, da música,
das pessoas, de lugares. Isso me trouxe depressão e, posteriormente, acredito que
desenvolvi a fobia social. Não desejo isso para ninguém.
Seria muito interessante se as pessoas se levassem à sério e procurassem
a ajuda da medicina, sem se contentar com apenas um diagnóstico, sem se
importar com os preconceitos, que aliás, sempre existirão. A qualidade de vida
e a convivência de todos seria muito mais pacífica e humana. Mas aceitar e
assumir que temos falhas pode ser devastador para aqueles que não conhecem o
potencial humano diante das lutas e adversidades.
Encorajo você a não esperar mais. Se precisar fazer terapia, faça. Se
precisar fazer uso de medicação, faça. O mais importante é dizer ao mundo
"eu me amo e farei tudo para viver bem e em paz com meu eu e com as
pessoas ao meu redor".
Um sincero abraço,
Caroline.
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