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TIREOIDE: HIPOTIREOIDISMO E HIPERTIREOIDISMO E MAIS

TIREÓIDE
Todos nós nascemos com uma glândula no pescoço chamada tireóide. Ela se localiza imediatamente abaixo da cartilagem tireóide, "pomo de adão", e pode ser sentida através do toque superficial. A função básica da glândula é a produção de dois hormônios: tiroxina (T4) e triiodotironina (T3).


A tireóide é uma glândula que regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
Em relação a outros órgãos do corpo humano, a tireóide é relativamente pequena, mas é uma das maiores glândulas já que pode chegar a até 25 gramas em um adulto.
Ela atua diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e de adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional.
Quando a tireóide não funciona corretamente, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente (hipotireoidismo) ou em excesso (hipertiroidismo). Nos dois casos, o volume da glândula aumenta, o que é conhecido como bócio. Esses problemas podem ocorrer em qualquer etapa da vida e são simples de se diagnosticar.
A quantidade de hormônios tireoideanos produzidos pela glândula tireóide é controlada por uma glândula que se encontra no cérebro, chamada pituitária ou glândula hipófise. Outra parte do cérebro, o hipotálamo, ajuda a hipófise.
O hipotálamo envia informação à glândula hipófise .
A glândula hipófise por sua vez controla a glândula tireóide.
A glândula tiróide, a hipófise e o hipotálamo trabalham juntos no controle da quantidade de hormônios tireoideanos no corpo.
Cerca de 10% das mulheres acima de 40 anos e em torno de 20% das que têm acima de 60 anos manifestam algum problema na tireóide.
DISTÚRBIOS:
O estresse e a falta de iodo podem desregular a glândula em quem tem predisposição. Mas a maioria dos casos é causada por reações auto-imunes. Aliás, o sistema imunológico de quem vive estressado tende a atacar a tireóide como se ela fosse um vírus.
Hipotireoidismo
Entre as várias causas, a mais comum, que responde por 90% dos casos, é a tireoidite de Hashimoto, é uma doença auto-imune. Por motivos não muito claros o sistema imunológico da pessoa começa a atacar a sua própria tireóide, como se ela fosse um organismo estranho, como por exemplo, uma bactéria causadora de doença.
Isso causa a destruição de alguns componentes importantes para a fabricação dos hormônios T3 e T4 e resulta na doença. Acredita-se que seja um defeito hereditário, que pode se manifestar em qualquer momento, principalmente depois de algum agente desencadeador como o estresse.
A tireóide passa a produzir menos hormônios, tornando o metabolismo mais lento.
Sintomas: Os batimentos cardíacos diminuem, o cansaço aumenta, o paciente pode ficar depressivo, abatido e sensível ao frio. A pele se resseca e os cabelos e as unhas crescem devagar, ficando secos e quebradiços. Pode ocorrer um discreto aumento de peso, prisão de ventre, anemia, perda de apetite, menstruação irregular e até mesmo alterações da pressão arterial.
Tratamento: reposição com o hormônio sintético. O quadro dificilmente regride. Se não for tratado, pode levar a anemias, problemas cardíacos, gastrointestinais, neurológicos, respiratórios e renais.
O diagnóstico de hipotireoidismo é tão importante que logo que nascemos somos submetidos ao teste do pezinho, o qual avalia, entre outras coisas, se nossa tireóide está normal. Caso uma criança não seja diagnosticada e tratada corretamente logo que nasce, a falta dos hormônios não permitirá um desenvolvimento saudável e a criança desenvolverá um retardo mental severo, além de dificuldades para crescimento e outras alterações severas.
Hipertireoidismo
A principal causa é a doença de Graves, um mal hereditário que se caracteriza pela presença de um anticorpo no sangue que estimula a produção excessiva de hormônios.
O bócio também pode estimular o trabalho da tireóide.
Na maioria dos pacientes com hipertireoidismo, é notável o aumento de duas a três vezes no tamanho da tireóide, com multiplicação das células que compõem a tireóide.
Nesse caso a tireóide trabalha em excesso, acelerando o metabolismo do corpo.
A exoftalmia é outro sinal presente nessa doença e se caracteriza pela protusão dos globos oculares (olhos saltados) que pode levar, em casos extremos, à lesão do nervo ótico causando cegueira. Comumente ocorre lesão da córnea (estrutura que reveste o olho), pois as pálpebras não conseguem se fechar por completo ao piscar ou dormir. Isso deixa a córnea seca, irritada e, com freqüência, infectada.
Sintomas: Nervosismo, ansiedade, insônia, aumento da freqüência cardíaca, intolerância ao calor, sudorese e taquicardia. Os olhos podem ficar saltados e há a possibilidade de perda de peso resultante da queima de músculos, além de tremores.
Tratamento: remédios específicos, iodo radioativo e, em certos pacientes, até cirurgia. Deve ser iniciado o quanto antes para evitar que o distúrbio leve a problemas que vão da osteoporose até males mais sérios, como arritmias, hipertensão e infarto. O tratamento com remédios leva mais de um ano para frear a glândula acelerada. Às vezes a saída é cortar ou destruir parte dela.
O diagnóstico pode ser feito facilmente com a dosagem dos hormônios TSH (se encontram diminuídos) T3 e T4 (aumentados). Já o tratamento pode ser medicamentoso com drogas que regulam a tireóide (propiltiouracil) ou com iodo radioativo. Atualmente o tratamento com iodo é considerado muito eficaz, pois elimina as células produtoras de T3 e T4, deixando o paciente com hipotireoidismo. Porém o hipotireoidismo é muito mais fácil de ser controlado com medicamentos (levotiroxina).
Bócio
O papo inchado é uma das características mais marcantes do bócio endêmico, é o aumento de volume na tireóide por causa do hipotireoidismo ou hipertireoidismo. Os pacientes costumam sentir dificuldade para engolir alimentos e respirar, tosse e rouquidão, entre outros sintomas. O aumento de volume é notado também no pescoço.
Doença marcada pelo aumento da tireóide por falta de iodo no organismo - matéria-prima de seus hormônios. Para compensar a falta, a hipófise ordena o aumento da linha de produção, isto é, da glândula em si. Para prevenir a doença, desde 1956 o sal de cozinha passou a ser suplementado como mineral. Como todo mundo salga a comida do dia-a-dia, os casos de bócio são cada vez mais raros.
O tratamento pode ser feito com medicamentos ou com cirurgia, dependendo da doença.
Tumores
Às vezes, por um problema ou outro, as células de determinada região da tiróide se reproduzem mais do que deveriam. Em número maior, elas disputam espaço, ficam aglomeradas e formam uma espécie de caroço, o nódulo. Não há motivo para pânico, pois apenas dois em cada 100 viram malignos. Mas o acompanhamento deve ser sagrado.
Tratamento: Boa parte dos tumores é tratada retirando-se a glândula.
Tipos de câncer:
     Carcinoma papilífero
     Carcinoma folicular
     Carcinoma medular
     Carcinoma anaplásico ou inmedular
Tireoidite:
É um conjunto de doenças inflamatórias que afetam a glândula tireóide. Em alguns casos, o paciente sente dores, mas em outros são os sintomas básicos do hipertireoidismo ou do hipotireoidismo.
     As tireoidites são:
     Tireoidite subaguda (ou tireoidite de Quervain)
     Tireoidite pós-parto
     Tireoidite silenciosa
     Tireoidite crônica (ou Tireoidite de Hashimoto)
     Tireoidite fibrótica (ou Tireoidite de Riedel)
Doença de Graves :
É uma doença auto-imune, que gera uma anomalia no funcionamento da glândula tireóide. Também é a única forma de hipertireoidismo que apresenta como sintoma irritação nos olhos e pálpebras, além das manifestações mais comuns.
A causa é incerta, mas acredita-se que os anticorpos estimulam uma produção de hormônios tireoidianos. Pode ser diagnosticado pelo aumento de volume da tireóide e pelo excesso de hormônios produzidos pela glândula no sangue.


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